sábado, 19 de novembro de 2011

Bloco da Privada - Uma ação lúdica e séria

Chamada para o Bloco da Privada http://www.youtube.com/watch?v=8anksmEY4kk

NO DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA:
A partir do simbólico tema Carnaval, a ação Bloco da privada abordará temas socialmente amplos, que abrangem vários aspectos sociais e culturais, para além do carnaval, contestando um modelo vertical de organização social que gera e alimenta injustiças, exclusão, privatização de interesses públicos, e que se pauta não em direitos públicos , mas em privilégios privados – lógica que tende a abarcar, inclusive, manifestações festivas tradicionalmente populares.
A Ação é proposta pelo grupo livre e aberto de acampados do movimento @OcupaSalvador, e o convite à partcipação se estende a todos os interessados em discutir, refletir e protestar, de forma lúdica e pacífica, sobre questões sociais e culturais de sentido comum.
O bloco da Privada realizará uma caricatura teatral de um desfile de bloco privado característico do Carnaval de Salvador. O objetivo é levantar discussões sobre:
- Privatização com fins comerciais excludentes da dimensão simbólica popular do carnaval;
- Privatização dos espaços públicos e restrição efetiva da participação popular nas ruas durante a festa.
- exploração aguda do trabalhador, sobretudo dos cordeiros.
- Resgate do poder e da dimensão do carnaval como ampla, forte e rica manifestação genuinamente popular, sem segregação, sem exclusão e sem exploração.
Participe, seja critivo, traga suas ideias – e a tampa da sua privada como abadá!
DESCRIÇÃO DA AÇÃO:
O grupo de “foliões” sairá do Farol da Barra a partir das 16 horas em direção à Praça dos Indignados (em Ondina, local do acampamento do @OcupaSalvador). Uma pessoa, que representará os cordeiros e os demais explorados e excluídos da festa, virá amarrada e puxada pelos foliões. No final do percurso, na Pça Dos indignados, ela se libertará e a festa será legitimamente uma festa popular e diversificada.
Participe! Toda manifestação é bem-vinda, sendo libertária, sem partidos ou sindicatos nem quaisquer entidades: uma ação de pessoas livres agindo coletivamente – com ludicidade e consciência, com alegria e protestos.
Data: dia 20 de novembro de 2011 (domingo).
Local e hora: concentração no Farol da Barra, às 16 horas. Circuito segue até a Pça dos Indignados, em Ondina (local do acampamento do @OcupaSalvador)
Na praça dos Indignados haverá, durante toda a semana que antecede a ação, às 17 horas, oficinas teatrais livres a abertas voltadas para dinâmicas do bloco da privada.
Página do evento no facebook: https://www.facebook.com/event.php?eid=269768853058279

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Urbanismo na Bahia [11]: O Seminário Urbanismo na Bahia [11] - Direito à C...

Urbanismo na Bahia [11]:
O Seminário Urbanismo na Bahia [11] - Direito à C...
: O Seminário Urbanismo na Bahia [11] - Direito à Cidade, Cidade do Direito parte da circunstância comemorativa do dia mundial do urbanismo ...


segunda-feira, 7 de novembro de 2011

HOJE, 07: aula pública com Vladimir Safatle e Christian Dunker no @ocupaSalvador

ttp://ocupasalvador.wordpress.com/2011/11/07/hoje-aula-publica-com-vladimir-safatle-e-christian-dunker/

Hoje (07/11), às 19:30 horas no @OcupaSalvador – Praça dos Indignados, teremos a presença dos professores da USP Vladimir Safatle e Christian Dunker, para a aula pública e diálogo aberto a partir do tema Ocupar para reconstruir.

Vladimir Safatle tem acompanhado, refletido e comentado os movimentos Ocupa no Brasil. Falou sobre Primaveras, Políticas e Estados no ocupaSampa (vídeo no Youtube – parte 1), onde Christian Dunker, que é Professor Livre-Docente do Departamento de Psicologia, também falará em aula aberta na próxima semana.

Para nos aproximarmos um pouco do pensamento de Vladimir Safatle sobre os atuais movimentos globais contra o capitalismo, segue o breve e certeiro texto que o filósofo e professor, especialista em epistemologia (teoria do conhecimento), escreveu em sua coluna semanal no jornal Folha de São Paulo, publicado em 25/10/2011:

Eles sabem o que Fazem

Um dos mantras preferidos daqueles que chegam aos 40 anos é: os jovens de hoje não têm grandes ideais, eles não sabem o que fazem.

Há algo cômico em comentários dessa natureza, pois os que tinham 18 anos no início dos anos 90 sabem muito bem como nossas maiores preocupações eram: encontrar uma boa rave em Maresias (SP), aprender a comer sushi e empregar-se em uma agência de publicidade. Ou seja, esses que falam dos jovens atuais foram, na maioria das vezes, jovens que não tiveram muito o que colocar na balança.

Por isso, devemos olhar com admiração o que jovens de todo o mundo fizeram em 2011.

Em Túnis, Cairo, Tel Aviv, Santiago, Madri, Roma, Atenas, Londres e, agora, Nova York, eles foram às ruas levantar pautas extremamente precisas e conscientes: o esgotamento da democracia parlamentar e a necessidade de criar uma democracia real, a deterioração dos serviços públicos e a exigência de um Estado com forte poder de luta contra a fratura social, a submissão do sistema financeiro a um profundo controle capaz de nos tirar desse nosso “capitalismo de espoliação”.

Mas, mesmo assim, boa parte da imprensa mundial gosta de transformá-los em caricaturas, em sonhadores vazios sem a dimensão concreta dos problemas. Como se esses arautos da ordem tivessem alguma ideia realmente sensata de como sair da crise atual.

Na verdade, eles nem sequer têm ideia de quais são os verdadeiros problemas, já que preferem, por exemplo, nos levar a crer que a crise grega não seria o resultado da desregulamentação do sistema financeiro e de seus ataques especulativos, mas da corrupção e da “gastança” pública.

Nesse sentido, nada mais inteligente do que uma das pautas-chave do movimento “Ocupe Wall Street”. Ao serem questionado sobre o que querem, muito jovens respondem: “Queremos discutir”.

Pois trata-se de dizer que, após décadas da repetição compulsiva de esquemas liberais de análise socioeconômica, não sabemos mais pensar e usar a radicalidade do pensamento para questionar pressupostos, reconstruir problemas, recolocar hipóteses na mesa. O que esses jovens entenderam é: para encontrar uma verdadeira saída, devemos primeiro destruir as pseudocertezas que limitam a produtividade do pensamento. Quem não pensa contra si nunca ultrapassará os problemas nos quais se enredou.

Isso é o que alguns realmente temem: que os jovens aprendam a força da crítica. Quando perguntam “Afinal, o que vocês querem?”, é só para dizer, após ouvir a resposta: “Mas vocês estão loucos”.

Porém toda grande ideia apareceu, aos que temem o futuro, como loucura. Por isso, deixemos os jovens pensarem. Eles sabem o que fazem.

Por Vladimir Safatle

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Acesse a página do evento de hoje no facebook: https://www.facebook.com/event.php?eid=135718536533379