O Instituto De Arqueologia Brasileira está com sério problema relacionado a sua locação.Ocupamos um prédio do Estado, e está pedindo o imóvel p/ reformas, querendo após 40 anos nos tirar dali. Somos uma Instit. s/ fins lucrativos e formadora de arqueólogos. Nos ajude a divulgar a petição online: http://www.peticaopublica.com.br/PeticaoVer.aspx?pi=P2011N12164 , nos ajude, por favor. Lúcia Pangaio/IABenses.
Boa noite a todos! Além da sua assinatura de vocês, precisamos com urgência de ajuda para continuarmos na Casa do Capão do Bispo. Ajudem a divulgar amplamente a petição online e não deixem de assinar também, por favor. Se quiserem nos conhecer, acessem o blog - http://arqueologiacapao.blogspot.com/, a gente te agradece desde já, Lúcia Pangaio/IABenses.
À medida em que empresas da Web se esforçam para fornecer serviços sob medida para nossos gostos pessoais (incluindo notícias e resultados de pesquisa), acontece uma perigosa e não intencional conseqüência: Caímos na cilada dos "filtros-bolha" e não somos expostos à informações que poderiam desafiar ou ampliar nossa visão de mundo. Eli Pariser argumenta vigorosamente que isto, definitivamente, mostrar-se-á ruim para nós e para a democracia
Participei, representando o Bahiadoc – arte documento, do VII Seminário Internacional de Cinema e Audiovisual, agora Cine Futuro. Os resultados da participação do Bahiadoc – que enfatizou os temas ligados ao aspecto documental da arte audiovisual – estão disponíveis no blogue especial Bahiadoc no Cine Futuro. Há vídeos com trechos selecionados de mesas redondas, diálogos com realizadores convidados e o vídeo resumitivo do Bahiadoc (segue abaixo), com conversas com realizadores, entrevista exclusiva com Peter Joseph, artivista realizador da trilogia Zeitgeist, e com Ivana Bentes, pesquisadora, escritora e curadora das mesas redondas no Cine Futuro. Depois do vídeo, minhas impressões pessoais sobre o Seminário.
Embora o Cine Futuro tenha contemplado o cinema latino-americano com a exibição do filme cubano “Memórias del Desarollo”, de Miguel Coyula, senti, particularmente, uma imensa lacuna: não notei a participação de filmes nem de cineastas peruanos, mexicanos, argentinos – em contrapartida, houve presença maciça de cineastas franceses. Com exceção do holandês/indonésio Leonard Retel Helmrich, cineasta e documentarista que implementa métodos inovadores para construir ângulos inusitados a partir da utilização de câmeras e equipamentos baratos, flexíveis e até improvisados, não percebi maiores contribuições de cineastas e palestrantes europeus.
Zelito Viana, cienasta e produtor, apresentou o documentário “Augusto Boal e o Teatro do Oprimido”. Boal é um sujeito artístico fundamental cuja importância ainda não foi reconhecida adequadamente segundo a dimensão de seu pensamento e trajetória. Nesse ponto, o documentário é importante: apresenta Boal e registra suas falas sobre arte, teatro e política. Contudo, não traz depoimentos de figuras importantes na trajetória de Boal, como Tom Zé, apresentando, destacadamente, um depoimento fraco de Chico Buarque, o que me pareceu um mero recurso para revestir o vídeo de alguma autoridade célebre. Sedundo Zelito, Tom Zé, Maria Bethânia e outros artistas que poderiam falar com propriedade sobre Augusto Boal não participaram do documentário por conta de uma dificuldade logística: o vídeo não teve patrocínios e o realizador contatou as pessoas que lhe eram mais próximas e facilmente acessíveis.
Pude conversar com Peter Joseph, realziador da trilogia de vídeos Zeitgeist, cujo conteúdo questiona radicalmente os paradigmas sociais e culturais hegemônicos em nossa época. Fiz algumas provocações, como questioná-lo sobre a sua participação em eventos como o Cine Futuro, patrocinado por grandes corporações e empresas petrolíferas. Também pedi que ele comentasse sobre suas perspectivas sobre o Brasil, país que começa a alcançar novo patamar no cenário geopolítico global, mas que implementa políticas desenvolvimentistas retrógradas, como mega-empreendimentos energéticos para suprir interesses de grandes indústrias (mega-hidrelétricas e nucleares), além de preparar-se para exploração da vasta camada petrolífera do Pré-Sal. Peter respondeu bem as questões – confira as respostas no vídeo com trechos de seus diálogos (no qual ele fala também de suas influências musicais, literárias e filosóficas).
Por fim, menciono a nossa conversa com Ivana Bentes, curadora das mesas redondas do Seminário. Ivana criticou a ingenuidade do discurso de Peter Joseph em alguns aspectos, mas indicou a importância da repercussão de seus filmes a partir das redes, gerando movimentos ativistas globais.
Tocamos na polêmica do coletivo Fora do Eixo (escrevi neste blogue uma crítica à defesa que Ivana faz ao coletivo como fator de subversão do sistema capitalista). Ivana voltou a recorrer aos conceitos de fluxos em contraposição aos, segundo ela, obsoletos discursos de transformação súbita e radical do capitalismo. Para Ivana Bentes, o capitalismo venceu, e sua própria dinâmica destrutiva forçará o sistema a se renovar – para tanto, segundo Ivana, o coletivo Fora do Eixo contribui de forma. Para mim, não: o Fora do Eixo nada subverte em termos de sistema capitalista, e o coletivo atua apenas como amálgama de empresas voltadas para a exploração do mercado cultural (sobretudo de música), explorando agentes independentes num sistema que alcança o mercado através de apropriações simbólicas e ações sistemáticas de captação de recursos públicos.
Enfim, estive na sessão avant-première do filme de Edgard Navarro, “O homem que não dormia”. Saí no meio da sessão, pois senti que – embora o filme apresentasse uma temática interessante – o seu ritmo e construção me pareceram bastante ruins, não me apreenderam tal como eu exijo dos bons filmes.
Infelizmente, duas coisas me entristeceram e até me enojaram nesta dita sessão especial do cinema baiano: o discurso absolutamente descarado e medíocre de todos que falaram ao microfone no palco do TCA, exigindo dinheiro público para sustentar suas vidas, suas obras e suas empresas. Claro que políticas públicas de fomento à Cultura devem ocupar o seu importante lugar social, mas antes de eleger esta causa como um fim vazio e obcecado, é fundamental para o artista identificar seus próprios meios. Isso não ocorre na Bahia, infelizmente.
A segunda coisa foi a decepção com o curta que abriu a sessão do longa de navarro. “Olho de Boi”, de Diego Lisboa. Bem dirigido, com uma fotografia e um ritmo que até me agradaram esteticamente, acabou destruído por conta da, digamos, ética da mensagem – esdrúxula, ao meu ver. O filme, feito na favela do Bate Facho com atores daquela comunidade, narra a história de um menino que enfrenta uma espécie de bullyng por parte de outros meninos de sua rua, sente medo, encontra um preto velho (Carlinhos Brown), que lhe dá três olhos de boi que deverão defendê-lo, mas somente se o menino tiver fé. Quando o menino se vê cercado pelos seus opressores, recorre aos artefatos que o preto velho lhe deu, mas de nada adianta: o menino não teve fé. Chega em casa, triste, a mãe o recebe carinhosamente e a porta da casa se fecha – primeiro plano na plaqueta pregada a porta: Deus é Fiel. Fim. – Mesmo ignorando os elementos cinematograficamente desnecessários, acusar a falta de fé de um menino pobre, interpretado por um menino pobre, de forma tão clichê, me doeu o espírito e agrediu meu gosto cinematográfico.
Mas gosto é gosto. O que incomodou de verdade é que eu tinha previsto que este curta seria campeão da mostra competitiva. E foi! – Não apostei nele por suas qualidades, como é evidente; mas simplesmente por se tratar de uma produção baiana. Depois dos discursos de cineastas e produtores reclamando mais e mais grana pública – sem nenhuma referência breve à arte – é fácil deduzir que premiar filmes baianos reforça o argumento em torno das exigências de mais verbas públicas.
Em suma, participei de boas discussões e conversas, durante as quais pude aprender um pouco mais sobre cinema, e sobre o fazer cinema. É muito bom que o Seminário aconteça em Salvador, e espero que aconteça sempre e se renove e amplie a cada edição. Quanto ao cinema baiano, não posso falar muito, mas creio sempre, considerando a nossa história, no potencial da Bahia como terra de vanguarda cultural. Quando focarmos nos meios artísticos, e não nos fins pecuniários, o cinema aqui, sem dúvida, renasce: calcado na vontade de fazer, no enfrentamento dos desafios, no encantamento da beleza, no esforço criativo desinteressado, na atitude colaborativa e na inventividade do cotidiano.
Vinda do professor alemão à Bahia é apoiada pela FUNCEB
Tendência produtiva da contemporaneidade, importante para a democracia do acesso à informação e novas formas de fazer e consumir cultura, foco de investimentos privados e públicos em todo o mundo, a Cultura Digital é tema da palestra “Será que nos tornaremos acostumados com a imersão: História da Arte e Ciência da Imagem”, do professor alemão Oliver Grau. Aberto ao público, o evento se realiza na próxima segunda-feira, 15 de agosto, às 14 horas, no Teatro Martim Gonçalves – com capacidade para 200 pessoas –, na capital baiana. A iniciativa, que se realiza como Aula Inaugural do semestre 2011.2 da Universidade Federal da Bahia (UFBA), é apoiada pela Fundação Cultural do Estado da Bahia (FUNCEB), unidade da Secretaria de Cultura do Estado (SecultBA), que recentemente implementou um Núcleo de Cultura Digital, fazendo deste campo uma das prioridades da gestão pública cultural no estado.
Oliver Grau é um expoente da Cultura Digital, referência internacional no assunto. Pesquisador premiado, com publicações traduzidas em variados idiomas, é reconhecido pela comunidade mundial e usualmente realiza palestras em diversos países. A sua vinda para a Bahia é uma oportunidade singular de inserir artistas, comunidade acadêmica e sociedade civil nesta discussão, visto que esse campo ainda é incipiente no Brasil, necessitando de estímulo e expertise à disposição. Assim, é dado mais um passo no investimento para que a Cultura Digital possibilite que o campo das artes baianas se insira de forma mais contundente na economia da cultura e na revolução tecnológica.
A palestra ainda será transmitida em tempo real pelo MAPA D2, uma plataforma virtual para difusão e apoio educacional em países de língua portuguesa e espanhola, a exemplo do próprio Brasil, Angola, Cabo Verde, Espanha, Cuba, dentre outros.
Palestra de Oliver Grau
“Será que nos tornaremos acostumados com a imersão: História da Arte e Ciência da Imagem”
"Nhaúma é um Coletivo que busca o resgate à cultura da nossa querida Ipiaú. O nome tem origigem a partir da decisão de homenagear Fauzi Maron, artista plástico e poeta ipiauense morto, que denominou de Nhauma o seu ultimo trabalho."
achei interessante. achei revolucionário. achei em Ipiaú.